BRASILEIRA II

         RONALDO  BÔSCOLI


Compositor popular  brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 1929 e morreu em 1994.
Um dos iniciadores da Bossa Nova, ao final da década de 50, destacou-se como letrista ( Lobo Bobo, Barquinho, Nós e o mar) e produtor de shows de música popular ao lado de Miele.
Foi casado com a cantora Elis Regina de 1967 a 1972, um casamento conturbado e violento.


Uma dos principais responsáveis pela transformação de Roberto Carlos em cantor romântico, dirigiu seus shows por cerca de 25 anos.
Um dia antes de sua morte, foi lançada a sua biografia Eles e eu.
Segundo o biógrado Denilson Monteiro em seu livro " A Bossa do Lobo"', sua intenção não foi a de canonizar seu personagem. De fato, o livro não tenta adocicar o Veneno (apelido de Bôscoli), que o amigo Nelson Motta classifica como "a língua mais rápida de Ipanema, um gênio da maledicência". Mas ilumina faces pouco conhecidas do compositor ("O barquinho", "Se é tarde, me perdoa", "Lobo bobo"), jornalista (sem suas reportagens e ações de marketing, a bossa nova não teria sido a mesma), produtor musical (criou com Luiz Carlos Miele dos pequenos shows do Beco das Garrafas aos grandes de Roberto Carlos no Canecão) e roteirista de TV ("Fantástico", humorísticos, musicais).

Suas crises de pânico, momentos de angústia que em sua família — na qual havia outros casos, como o do avô materno de Bôscoli, que se matou — eram conhecidos como "a balda". Ou o seu desconforto em ter crescido, na primeira metade do século XX, como filho de pais desquitados, o que pode ter contribuído para sua nítida incompetência em preservar os próprios casamentos. E, ainda, sua aversão a confrontos físicos, apesar da violência com que usava as palavras.


 Suas (muitas) mulheres, num processo de auto sabotagem afetiva, eram vítimas preferenciais de seu lado lobo mau. Tratava Nara Leão como adolescente um tanto tola, casta — embora ela tivesse deixado de sê-la com ele — e passou a vida choramingando não ter sido perdoado por traí-la com Maysa, a quem chamava de "La gorda".


Após brigar profissionalmente com Elis Regina ("aquela vesguinha"), passou a chamar a empregada pelo nome da cantora, só pelo prazer de dizer frases como "ô, Elis Regina, serve um cafezinho para os convidados". Perdoaram-se ("Se ela olhar para mim, eu falo. Se me der bom dia, eu caso"), casaram-se e, por quatro anos, amaram-se e odiaram-se profundamente. Quando ela o traiu com Nelson Motta, Bôscoli cunhou uma de suas grandes frases: "Agora a Elis arranjou um homem à altura dela".


— Ele ainda provoca certo medo. Há amigos que ficaram chateados com coisas que ele fez e mulheres que não quiseram dar entrevista para não ter seus nomes associados ao de Ronaldo — diz Denilson, apontando também o lado lobo bobo do biografado, como o desapego à acumulação de dinheiro e a generosidade com quem precisasse (Fagner quando dormia em folhas de jornal no Rio, Simonal após ficar marcado pela classe artística etc.).


Miele, a cara-metade de Ronaldo Bôscoli nas produções de shows e programas de TV, destaca dois aspectos pelos quais o amigo merece ser lembrado para além de suas frases cruéis e de suas conquistas amorosas. Uma é o poeta, cuja qualidade passou até pelo crivo do mercurial boêmio Roniquito de Chevalier, que a todos esculhambava.


"Talvez a mulher do outro/ Cansada da própria cama/ Cismada com meu mistério/ Com o meu sapato, meu drama/ Ou simplesmente adultério" eram os versos que Roniquito citava e que Miele recita até hoje.
O outro aspecto é o do produtor com grande conhecimento do que fazia. Miele conta que estava presente no dia em que Bôscoli disse a Elis Regina que ela estava ensinando o Brasil a cantar errado, pois músicas como "Upa, neguinho", "Menino das laranjas" e "Reza" eram tristes, não podiam ser interpretadas com a alegria que Elis esbanjava.
— Elis jogou uns vasos em cima dele, como de costume, disse que ele era um imbecil, mas no dia seguinte me ligou e falou: "Você sabe que o desgraçado está certo?". Naquele dia, ela começou a se transformar na maior intérprete da música brasileira. Ronaldo precisa ter esse papel também reconhecido — diz Miele.




Nas discussões em torno dos shows, Bôscoli costumava ganhar do sócio jogando baixo. "Você já esteve internado? Não, mas eu estive. Eu sou maluco, tenho que ganhar essa discussão", dizia, referindo-se aos períodos em que "a balda" o fazia parar numa clínica. Foi assim que ele conseguiu coisas como pôr uma escada de juiz de tênis numa micro boate do Beco das Garrafas, para criar uma cena de amor entre Simonal e Darlene Glória, ou convencer Roberto Carlos a se pintar de palhaço, uma das imagens mais marcantes da carreira do Rei.
— Sem a indisciplina e as loucuras do Ronaldo, muitas das nossas criações não teriam acontecido — afirma Miele.
Lembradas na biografia de Denilson Monteiro, essas loucuras também estarão num documentário sobre Bôscoli que está sendo realizado por um de seus três filhos, Bernardo — os outros são Mariana, também filha de Heloísa, e João Marcello, filho de Elis.





FONTE:

- http://oglobo.globo.com/cultura/biografia-retrata-faces-do-ferino-as-vezes-generoso-ronaldo-boscoli-3262847



- lAROUSSE







                     JOÃO BOSCO





João Bosco Mucei, compositor e cantor brasileiro, nasceu em Ponte Nova, MG, em 1946.
Trabalhando principalmente em parceria com Aldir Blanco, obteve seu primeiro sucesso com Bala com bala, em 1972, lançado pela cantora Elis Regina.



Consagrou-se como autor e intérprete de vários gêneros, acompanhando-se ao violão em shows e gravações de sucesso, como Dois prá lá, dois pra cá; O mestre-sala dos mares; Rancho da goiabada; O bêbado e a equilibrista.



Seus últimos trabalhos, Gagabirô, 1984, privilegiam os ritmos negros e afro-latinos. A sua combinação de voz e violão em fraseados muito pessoais, possibilitou-lhe uma reinterpretação original das tradições de música popular brasileira:
- Cabeça de nego...1986
-Ai, ai, ai de mim...1986
-Bosco...1989
-Zona de fronteira...1991
-Acústico MTV..1992
-Na onda que balança...1994
-Dá licença, meu senhor...1996


Fonte: Larousse





                            BLECAUTE


Otávio Henrique de Oliveira, conhecido como Blecaute, cantor popular brasileiro.
Nasceu em São Paulo, SP, 1919 e morreu no Rio de Janeiro, RJ, em 1983.
No ano de 1949 obteve o maior êxito em sua carreira com o samba General da banda ( T. Silva, Sátiro de Melo e J.Alcides.



Consagrou-se como intérprete de sucessos carnavalescos como Papai Adão, 1951; Maria Candelária, 1952; Maria escandalosa, 1955, todos da dupla Armando Cavalcanti/ Klécius  Caldas.
Órfão de pai e mãe, foi levado para São Paulo aos seis anos de idade. Lá trabalhou como engraxate e entregador de jornais.
Em 1933, apresentou-se no programa de calouros "A peneira de ouro", da Rádio Tupi. 
Chegou a ser uma figura muito popular no carnaval, entre os anos 1960 e 1980, incorporando a figura "General da Banda", fantasia que ele impunhava e com a qual percorria desfiles e bailes de carnaval.

Iniciou sua carreira artística em 1941, atuando na Rádio Difusora.
 Nessa época, por sugestão do Capitão Furtado, adotou o nome de Black-out, composto inglês que significa "preto por fora", abrasileirado pela imprensa para Blecaute.




Transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1942, tendo sido contratado pela Rádio Tamoio, atuando ainda nas Rádios Mauá e Nacional.

Em 1944, gravou seu primeiro disco, na Continental, registrando os sambas "Minha Tereza" de Roberto Roberti, Raul Marques e Mário Rodrigues, e "Eu agora sou casado", de Cristóvão de Alencar e Alcebíades Nogueira, com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional. Nesse mesmo ano, participou do filme "Tristezas não pagam dívidas", dirigido por José Carlos Burle e J. Rui.
Em 1947, gravou as marchas "Ôpa...Ôpa..., de Cristóvão de Alencar e Paulo Barbosa, e "Dona Maria", de João Paulo e Pedro Afonso, com acompanhamento de Severino Araújo e sua orquestra Tabajara.
Em 1948, gravou a primeira composição de sua autoria, o samba "Carioca bonita", parceria com Zé Maria. Nesse ano, gravou os sambas "Chegou a bonitona", de Geraldo Pereira e José Batista, "Zing-zing-bum", de sua autoria e Zé Maria, "Que samba bom", de Arnaldo Passos e Geraldo Pereira, e "Desce favela", de Alcebíades Barcelos e Sebastião Gomes, e a marcha "Vote! Que mulher bonita !", de João de Barro e Antônio Almeida.

No carnaval de 1949, obteve grande sucesso com a marcha "O pedreiro Valdemar", de Wilson Batista e Roberto Martins, gravada em outubro do ano anterior com acompanhamento de Severino Araújo e Orquestra Tabajara, considerada desde logo uma música de forte conotação social.


Nesse ano, gravou a toada "Moreninha, moreninha", de Antônio Almeida e Pedro Caetano, e o samba "Meu guarda-chuva", de Ubenor Santos e Amâncio Moraes, com acompanhamento de Severino Araújo e seu conjunto.
No final de 1949, gravou aquele que seria o grande êxito de sua carreira, sucesso no ano seguinte, o samba "General da banda", de Tancredo Silva, Sátiro de Melo e José Alcides, inspirado num ponto de macumba, gravado também por Linda Batista. Identificou-se com a composição a ponto de, a partir de então, utilizar em suas apresentações uma colorida fantasia de "General da banda", cheia de alamares e dragonas.

Em 1950, gravou os sambas "Ave-Maria", de Sinval Silva, e "Joãozinho boa pinta", de Haroldo Barbosa e Geraldo Jacques, a marcha "Rosinha, vem cá", de Hervê Cordovil, e o maxixe "Meu doce de coco", de Humberto Teixeira e Carlos Barroso, este último, gravado com o grupo vocal Os Boêmios.

Já consagrado como cantor de sucessos carnavalescos, destacou-se em 1951, com a marcha "Papai Adão", de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti, e o samba "Ai cachaça", de Manezinho Araújo e Fernando Lobo. No mesmo ano, gravou com acompanhamento de Abel Ferreira e seu conjunto os baiões "Dia dos namorados" e "O delegado quer prender o Antônio", da dupla Haroldo Lobo e Milton de Oliveira.
Em 1952, conheceu mais um grande sucesso com a gravação da marcha "Maria Candelária", de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti, sátira bem-humorada às funcionárias "empistoladas" que impunemente abusavam de regalias no serviço público. Nesse ano, gravou o baião "Santo Antônio não gosta", de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, e os sambas "Pedido à São João", de sua autoria e Gildásio Ferreira, e "Calvário do amor", de Jorge de Castro e Gastão Viana. No mesmo período, Isaura Garcia gravou os sambas "O morro silenciou" e "Quem é você", parcerias com Newton Teixeira.
Em 1953, gravou as marchas "Dona cegonha", de Klécius Caldas e Armando Cavalcânti, e "Não aguento essa mulher", de David Raw e Manezinho Araújo, a batucada "Rico vai na chuva", de sua autoria, e o samba "A banca do guarda", parceria com Milton Vilela. Nesse ano, teve as marchas "Índia morena", com Osvaldo França, gravada por Rubens Peniche e "Eh! Eh! Paisano", com Grande Otelo e Osvaldo França, gravada por Isaura Garcia e o samba "Eu sou mais eu", com Raul Sampaio, gravada por Alcides Gerardi. Também nesse ano, transferiu-se para a RCA Victor e lançou os baiões "Santo Antonio sabe", de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, e "Tim tim o lá lá", de Henrique de Almeida e Rômulo Paes.

Em 1954, mais um grande sucesso carnavalesco com a marcha "Piada de salão", de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti. Nesse ano, gravou o baião "Marina sapeca", de Sebastião Gomes, Rubens Ferreira e Jair Gonçalves, e a valsa "Primeira valsa", parceria com Nicola Bruni. Também nesse ano, transferiu-se para a gravadora Copacabana e gravou os sambas "Caridade", de Nelson Cavaquinho e Ermínio Vale, e "Cabrocha", de João Bené e Amado Régis. Ainda no mesmo ano, teve gravadas na RCA Victor o samba "Última homenagem", com Herivelto Martins, pelo Trio de Ouro e a toada "Quem bom seria", com Newton Teixeira, por Isaura Garcia.
Em 1955, fez com Herivelto Martins a marcha "Linda romana" gravada por Nelson Gonçalves e o samba "Maria do Socorro", pelo Trio de Ouro, as duas na RCA Victor. Nesse ano, obteve novo êxito no carvaval com a marcha "Maria escandalosa" , da dupla Klécius Caldas e Armando Cavalcanti, e que dava sequência natural ao sucesso anterior "Maria Candelária", e que foi escolhida por um júri reunido no Teatro João Caetano como uma das dez mais marchas mais populares do carnaval de 1955.

O mesmo juri considerou seu samba "Lágrimas" como um dos mais populares daquele carnaval. Também no mesmo ano, gravou o samba-choro "Torcedor do "Mengo", de sua autoria e Luiz Dantas, em disco que trazia no lado A o cantor Jorge Veiga interpretando o "Hino da torcida do Flamengo", numa homenagem ao time do Flamengo campeão carioca daquele ano. Ainda nesse ano, lançou a valsa "Natal das crianças", de sua autoria, que se tornou um clássico dos festejos natalinos gravada entre outros por Carlos Galhardo e Luis Bordon, além da sua própria e bem sucedida gravação.

Em 1956, gravou o samba "Ressurreição", de sua autoria, as marchasEm 1956, gravou o samba "Ressurreição", de sua autoria, as marchas "Maria champanhota", de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti, e "Marcha das fãs", de Wilson Batista e Jorge de Castro; a batucada "Mulher é aquela", de Paquito, Romeu Gentil e Jorge Gonçalves, e o samba-maxixe "A mulher do palhaço", parceria com Jadir Ambrósio e Jair Silva. Nesse ano, o Trio de Ouro gravou outra de suas composições com Herivelto Martins, a toada "Rancho da serra".

Em 1957, gravou os sambas "Aquele amor", parceria com Elias Cortes e Arnô Canegal, e "Meu coração soluçou", com Raguinho, e as marchas "Lavadeira", com Henrique de Almeida e Rômulo Paes, e "Inventor da mulata", com Manoel Rosa e Nilton Ribeiro. Nesse ano, Ruth Amaral gravou seu samba "Já fui feliz", com Boexi, e Heleninha Costa o samba "Cinzas do amor", com Mary Monteiro.


Em 1958, gravou a marcha "Tô de prontidão", com Nilo Silva e Osvaldo França, e a batucada "Serenou, serenou", com Laurindo Correia e Alfredo Godinho.




Em 1959, destacou-se com o samba "Chora doutor", de J. Piedade, Orlando Guzzano e J. Campos, gravado em fins do ano anterior, um dos mais cantados do ano, também com forte apelo social. Nesse ano, transferiu-se para a Odeon e gravou as marcha "Um romance em Brasília", "Natal de Jesus" e o lamento "Feliz ano novo", de sua autoria, e o "Samba do play-boy", de José Roberto Kelly.
Em 1959, foi o terceiro colocado no concurso de músicas carnavalescas do Distrito Federal com o samba "Chora, doutor", de sua autoria e por ele mesmo defendido na final realizada com grande público no Teatro João Caetano.

 Em 1960, gravou as marchas "Banho diferente", de Antônio Bruno e Marli de Oliveira, e "A sogra vem aí", parceria com Haroldo Lobo e Milton de Oliveira. Nesse ano, fez sucesso com o samba "Quero morrer no Rio", de sua autoria.

Em 1961, gravou os sambas "Acabou a sopa", de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, e "Direitos iguais", de sua parceria com Valdemar Silva. Em 1969, lançou "Bloco de banana", composição de sua autoria. Gravou dois LPs.

 A partir de 1968, colheu grande sucesso com o show "Carnavália", de P. A. Grisolli e S. Miller, encenado durante meses a fio na Boate Casa Grande, atual teatro do mesmo nome, na zona sul do Rio e do qual participaram Marlene e Nuno Roland, liderados pela cronista Eneida, que narrava a história do carnaval carioca. O espetáculo foi gravado ao vivo pelo M.I.S., de que resultaram dois LPs, com capas especiais do pintor Luiz Jasmin, produzidos ambos por Ricardo Cravo Albin.
 Em 1982, teve a toada "Rancho da serra", com Herivelto Martins, gravado por Rolando Boldrin, no LP "Violeiro", da Som Livre.


Fonte: Dicionário da MPB

QUEM SE LEMBRA DE...

               ARACI DE ALMEIDA?


Araci Teles de Almeida, cantora brasileira, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de agosto de 1914 e faleceu na mesma cidade  em 20 de junho de 1988.



Tornou-se conhecida como grande intérprete de Noel Rosa, de quem lançou, entre outros, Palpite Infeliz e o X do problema ( 1936); Último Desejo ( 1937) e Feitiço da Vila ( 1938).
Gravou sucessos carnavalescos e apresentou-se em shows de sucesso como Samba pede passagem, Conversa de botequim.



Teve grande convivência com o compositor  Noel Rosa. Também foi jurada do programa  Show de Calouros do apresentador Silvio Santos.
 Era conhecida como "Dama da Central" (do Brasil), pois somente viajava de trem, "A Dama do  Encantado" (em referência ao bairro em que morou no Rio), ou "O Samba Em Pessoa".
Em 1988, Aracy teve um  edema pulmonar. No início, ficou internada em São Paulo, retornando ao Rio de Janeiro para o hospital da SEMEG, na Tijuca.  O apresentador Silvio Santos  a ajudou financeiramente na época em que esteve doente e lhe telefonava todos os dias, às 18 horas, para saber como ela estava.
Depois de dois meses em coma, voltou a lucidez por dois dias, e, num súbito aumento de pressão arterial, faleceu no dia 20 de junho, aos 74 anos. Seu corpo foi velado no teatro João Caetano, visto que seu último show com Albino Pinheiro havia sido lá. O Jardim da saudade doou o túmulo para ela, porém já havia uma gaveta no cemitério em São Paulo, mas Adelaide não quis levá-la para lá. O Corpo de Bombeiros percorreu parte do Rio de Janeiro com a sua urna como homenagem, passando pelos lugares importantes frequentados por Aracy ( Copacabana, Glória, Lapa, Vila Isabel, Méier e Encantado).
 Ela não casou e não quis ter filhos, apesar de ter morado com alguns namorados.

Fontes:
Revista Veja
Larousse
Lello Universal
.........................................................................................................................................

O Dia Nacional do Choro é comemorado em 23 de abril, em homenagem à data de nascimento de Pixinguinha, um DOS EXPOENTES  da música popular brasileira, e em especial do choro.
Muitos  eventos lembram a data em várias cidades do Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Juiz de Fora, Niterói, Santos, São João do Meriti, Uberaba e Uberlândia, São José dos Campos, para citar algumas. Até no exterior, na França e no Japão, o Dia Nacional do Choro é comemorado.
O choro entra na cena musical brasileira em meados e finais do século 19, e nesse período se destacam Callado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth. Inicialmente, o gênero mesclava elementos da música africana e européia e era executado principalmente por funcionários públicos, instrumentistas das bandas militares e operários têxteis. Segundo José Ramos Tinhorão, o termo choro resultaria dos sons plangentes, graves (baixaria) das modulações que os violonistas exercitavam a partir das passagens de polcas que lhes transmitiam os cavaquinistas, que induziam a uma sensação de melancolia.
O século 20 traria uma grande leva de chorões, compositores, instrumentistas, arranjadores, e entre eles, com destaque, Pixinguinha.

Alfredo da Rocha Vianna Júnior nasceu em 23 de abril de 1887. Cedo dedicou-se à música e deixou um legado de inúmeros clássicos, arranjos e interpretações magistrais, como flautista e saxofonista. CarinhosoLamentoRosa1 x 0Ainda Me RecordoProezas de SolonNaquele TempoVou VivendoAbraçando JacaréOs Oito BatutasSofres Porque Queres,Fala BaixinhoIngênuo, estão entre algumas de suas principais composições.
O apelido Pixinguinha veio da união de pizindim – menino bom – como sua avó o chamava, e bexiguento, por ter contraído a varíola, que lhe marcou o semblante. Mário de Andrade registrou a presença do mestre na cena carioca, criando em seu livro “Macunaíma”, um personagem: “um negrão filho de Ogum, bexiguento e fadista de profissão” (Andrade, 1988). A passagem se dá quando o “herói sem nenhum caráter” frequenta uma “macumba” em casa de tia Ciata. A caracterização de Mário de Andrade ficou difundida com a biografia de Pixinguinha elaborada por Marilia T. Barboza da Silva e Arthur L. de Oliveira Filho: “Filho de Ogum Bexiguento” (Rio de Janeiro, FUNARTE, 1979).

Chorinho de Criança

Geraldo Azevedo

O Brasil existe em mim
Como chorinho de criança
O Brasil existe em mim
Como sambinha de esperança
Toca meu tamborim
O Brasil existe em mim
Com seus olhos de criança
O Brasil é um batuque
Toque de quem toca agogô
O Brasil é um pandeiro
Toque de quem joga capoeira
O Brasil é um enredo
Toque de quem samba
Na escola da mangueira
Toque de quem canta
Sou brasileiro a vida inteira
A gente espera e não se cansa
Madrugada a gente acorda
No sereno a gente planta
O dia inteiro trabalha
e de noite a gente ama
A vida toda a gente sonha
No carnaval a gente dança
O Brasil existe em mim
Como um sorriso de criança

Nenhum comentário:

Postar um comentário