FOLCLÓRICA

 O QUE VEM A SER MÚSICA FOLCLÓRICA?



Durante o século XX, o termo "folk music" recebeu um  significado bastante específico: um tipo especial de música popular que é descendência cultural da música tradicional rural, ou de outro modo,influenciada por ela.
Entendida na primeira significaçāo, a música folclórica sobrevive melhor em zonas onde a sociedade, geralmente rural, ainda não é afetada pela comunicação de massas e pela comercialização da cultura. Era geralmente partilhada e executada pela comunidade como um todo, sendo muitas vezes transmitida pela tradição não escrita.
As canções tradicionais de  cada povo tratam de quase todos os tipos de atividades humanas. Assim, muitas destas canções expressam crenças religiosas ou políticas de um povo ou descrevem sua história. A melodia e a letra de uma canção popular podem sofrer modificações no decorrer de um tempo, pois normalmente a transmissão é oral e passam de geração em geração.



Existem  muitas divisões dentro da Musica Folclórica:
-As "canções de dança" são um dos tipos mais antigos de música popular. Cantadas como acompanhamento para danças, o nome de seus compositores perdeu-se no tempo. Muitas são ainda associadas ao lugar de origem, como a gavota francesa, a mazurca e a polca, da Polônia, o fado e o vira de Portugal, e a tarantela, da Itália.
-As canções lendárias são geralmente de origem semi-conhecida, às vezes literária, e têm caráter poético. Expressam os acontecimentos interpretados através da perspetiva do cantor. São exemplos disso os romances de tema épico ou criminoso.
-As danças e jogos infantis são transmitidas por uma peculiar camada da sociedade que, nāo utilizando a escritura como meio de transmissāo, assemelha à sociedade rural adulta.
No Brasil são geralmente de origem européia e reduzem-se praticamente às cantigas de roda. Algumas são de criação nacional com influência das modinhas (como "Nesta Rua tem um Bosque"; outras têm influência africana (como "Sambalelê").
As danças populares de sociedade podem ser divididas em dramáticas e não dramáticas:
-. As dramáticas compreendem uma parte representada e têm um tema determinado, como por exemplo Bumba-meu-boi do Norte do Brasil



-. As não dramáticas não contêm elementos de representação.



 No Brasil a maior parte delas segue duas espécies de formação: em roda, às vezes com solista no centro de origem africana ou portuguesa ou em fileiras opostas, de origem indígena ou nacional.
As músicas do folclore brasileiro são canções populares, muitas de autores desconhecidos do interior do Brasil, que são transmitidas de geração para geração através dos tempos. Parte importante da cultura popular, são usadas como o objetivo lúdico (envolvendo jogos e brincadeiras) ou para pura diversão. Possuem letras simples e com muita repetição, características que facilitam a memorização. Estas músicas são mais populares nas regiões do interior do Brasil e costumam apresentar como temas principais situações do cotidiano (amor, namoro, casamento, relacionamentos, etc.). Algumas letras também envolvem personagens do folclore brasileiro. As músicas folclóricas brasileiras são quase sempre acompanhadas pelo som de uma viola caipira ou de violão.





Exemplos de músicas do folclore brasileiro:
A COR MORENA

A cor morena / É cor de ouro
A cor morena / É o meu tesouro

É de meu gosto / É de minha opinião
Hei de amar a cor morena Quer papai queira, quer não
(Bis)

A cor morena / É cor de prata
A cor morena / É quem me mata

É de meu gosto / É de minha opinião
Hei de amar a cor morena / Com prazer no meu coração
(Bis)

A cor morena / É cor de canela
A cor morena / É uma cor tão bela

É de meu gosto / É de minha opinião
Hei de amar a cor morena / Quer papai queira ou não

POMBINHA BRANCA
Pombinha branca, que está fazendo?
Lavando a louça pro casamento
A louça é muita, sou vagarosa
Minha natureza é de preguiçosa



Pombinha branca, que está fazendo?
Lavando a louça pro casamento
Passou um homem
De terno branco
Chapéu de lado
Meu namorado


Mandei entrar
Mandei sentar
Cuspiu no chão!
Limpa aí seu porcalhão!




SAPO JURURU



Sapo jururu, na beira do rio
Quando o sapo grita ó maninha! Diz que está com frio
A mulher do sapo
É que está la dentro
Fazendo rendinha, ó maninha
Pro seu casamento.


PRENDA MINHA


Vou-me embora, vou-me embora prenda minha
Tenho muito que fazer
Tenho de parar rodeio prenda minha
(Bis)
No campo do bem querer
Noite escura, noite escura prenda minha
Toda noite me atentou
Quando foi de madrugada prenda minha
(Bis)
Foi-se embora e me deixou
Troncos secos deram frutos prenda minha
Coração reverdeceu
Riu-se a própria natureza prenda minha
(Bis)
No dia em que o amor nasceu.

NEGRINHO DO PASTOREIO




Negrinho do pastoreio acendo essa vela pra ti
E peço que me devolvas a querência que eu perdi
Negrinho do pastoreio traz a mim o meu rincão
Que a velinha está queimando, nela está meu coração

Quero rever o meu pago colorado de pitangas
Quero ver a gauchinha brincando na água da sanga

Quero trotear nas coxilhas respirando a liberdade
Que eu perdi naquele dia que me embretei na cidade

Negrinho do pastoreio traz a mim o meu rincão
A velinha está queimando aquecendo a tradição



MAÇANICO

Maçanico, maçanico
Maçanico do banhado
Quem não dança o maçanico
Não arruma namorado

Maçanico, maçanico
Mas que bicho impertinente
Maçanico vai te embora
Na tua casa chego gente

Maçanico, maçanico
Se põe na sala a dançar
Maçanico pula e corre
Bate as asas pra voar



 BALEIA

A baleia é um peixe com tamanha barbatana
Quem quiser moça bonita vá no Campo de Santana
(Bis)



O A, o B, o C, vamos todas aprender
Soletrando o bê-a-bá na cartilha do ABC
(Bis)

O A é uma letra que se escreve no ABC
Ó, Altina, você não sabe quanto eu gosto de você
(Bis)

O B é uma letra que se escreve no ABC
Ó, Belmira, você não sabe quanto eu gosto de você
(Bis)

O C é uma letra que se escreve no ABC
Ó, Cecília, você não sabe quanto eu gosto de você...
(Bis)
                    CANTIGAS   DE  RODA

As cantigas de roda, também conhecidas como cirandas são brincadeiras que consistem na formação de uma roda, com a participação de crianças, que cantam músicas de caráter folclórico, seguindo coreografias. São muito executadas em escolas, parques e outros espaços frequentados por crianças. As músicas e coreografias são criadas por anônimos, que adaptam músicas e melodias. As letras das músicas são simples e trazem temas do universo infantil.

Alguns exemplos de cantigas de roda:

Capelinha de melão

Capelinha de melão

É de São João
É de cravo, é de rosa,
É de manjericão
São João está dormindo
Não acorda, não
Acordai, acordai,
Acordai, João! 




C A R A N G U E J O

Caranguejo não é peixe
Caranguejo peixe é
Caranguejo não é peixe
Na vazante da maré.
Palma, palma, palma,
Pé, pé, pé
Caranguejo só é peixe, na vazante da maré!




Com o tempo, com o objetivo de incentivar as crianças a não cometerem maus tratos aos animais, essa música de roda recebeu uma nova versão:




Peixe vivo
Viver fora da água fria
Como pode o peixe vivo
Viver fora da água fria
Como poderei viver
Como poderei viver
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Os pastores desta aldeia

Já me fazem zombaria
Os pastores desta aldeia
Já me fazem zombaria
Por me verem assim chorando
Por me verem assim chorando
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
Sem a tua, sem a tua
Sem a tua companhia
A canoa virou

A Canoa virou
Pois deixaram ela virar
Foi por causa da (nome da pessoa)
Que não soube remar
Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar
Eu tirava a (nome da pessoa)
Do fundo do mar
Siri pra cá
Siri pra lá
(Nome da Pessoa) é bela
E quer casar


As danças sempre foram um importante componente cultural da humanidade. O folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de uma determinada região. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras. As danças folclóricas brasileiras caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares) e figurinos e cenários representativos. Estas danças são realizadas, geralmente, em espaços públicos: praças, ruas e largos.

No Brasil, as principais danças folclóricas são apresentadas assim;

Maracatu







O maracatu é um ritmo musical com dança típico da região pernambucana. Reúne uma interessante mistura de elementos culturais afro-brasileiros, indígenas e europeus. Possui uma forte característica religiosa. Os dançarinos representam personagens históricos (duques, duquesas, embaixadores, rei e rainha). O cortejo é acompanhado por uma banda com instrumentos de percussão (tambores, caixas, taróis e ganzás).

 SAMBA  DE  RODA



Estilo musical caracterizado por elementos da cultura afro-brasileira. Surgiu no estado da Bahia, no século XIX. É uma variante mais tradicional do samba. Os dançarinos dançam numa roda ao som de músicas acompanhadas por palmas e cantos. Chocalho, pandeiro, viola, atabaque e berimbau são os instrumentos musicais mais utilizados.



Frevo
Este estilo pernambucano de carnaval é uma espécie de marchinha muito acelerada, que, ao contrário de outras músicas de carnaval, não possui letra, sendo simplesmente tocada por uma banda que segue os blocos carnavalescos enquanto os dançarinos se divertem dançando. Os dançarinos de frevo usam, geralmente, um pequeno guarda-chuva colorido como elemento coreográfico.
As roupas femininas são compostas por saiotes muito coloridos e bem curtos, cheios de babados e um  mini corpete, para deixar os movimentos mais livres. As roupas masculinas são compostas por calças largas e um colete solto, também com o objetivo de liberar movimentos.


BAIÃO



Ritmo musical,  típico da região nordeste do Brasil. Os instrumentos usados nas músicas de baião são: triângulo, viola, acordeom e flauta doce. A dança ocorre em pares (homem e mulher) com movimentos parecidos com o do forró (dança com corpos colados). O grande representante do baião no  foi Luiz Gonzaga. Ele foi consagrado como o Rei do Baião.

CATIRA




Também conhecida como cateretê, é uma dança caracterizada pelos passos, batidas de pés e palmas dos dançarinos. Ligada à cultura caipira, é típica da região interior dos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Os instrumento utilizado é a viola, tocada, geralmente, por um par de músicos.




Quadrilha



É uma dança típica da época de festa junina. Há um animador que vai anunciando frases e marcando os momentos da dança. Os dançarinos (casais), vestidos com roupas típicas da cultura caipira (camisas e vestidos xadrezes, chapéu de palha) vão fazendo uma coreografia especial. A dança é bem animada com muitos movimentos e coreografias. As músicas de festa junina mais conhecidas são: Capelinha de Melão, Pula Fogueira e Cai,Cai balão.
Atualmente, essas danças juninas incorporaram, em suas apresentações, as músicas sertanejas, abandonando um pouco, as tradicionais músicas infantis.



CURIOSIDADES SOBRE O MARACATU


O Maracatu é uma dança folclórica de origem afro-brasileira, típica do estado de Pernambuco. Surgiu em meados do século XVIII, a partir da miscigenação musical das culturas portuguesa, indígena e africana.



É uma dança de cortejo associada aos reis congos. Os maracatus, tradicionalmente, surgiram e se desenvolveram ligados às irmandades negras do Rosário. Nos maracatus há um forte componente religioso.

Como as irmandades foram, com o passar do tempo, perdendo força, os maracatus passaram a fazer suas apresentações durante o Carnaval, principalmente o de Recife.

Existem dois tipos de maracatus:

- Maracatu Rural, também conhecido como maracatu de baque solto;



- Maracatu Nação, também conhecido como maracatu de baque virado.


Os maracatus dançam ao som dos seguintes instrumentos musicais: tarol, zabumba e ganzas. As danças são marcadas por coreografias específicas, parecidas com danças do candomblé. Os participantes representam personagens históricos 
(reis, embaixadores, rainhas). 


Pesquisas:
- Folclore: pesquisas e músicas
  Autor: Alamy, Maria Beatriz Machado
  Editora: Belo Horizonte
  Temas: Folclore, Cultura Popular, Músicas Folclóricas


Muitas das nossas músicas folclóricas estão direcionadas ao mundo infantil. Sofreram algumas mudanças durante o tempo, pois vão passando de geração a geração e cada um vai modificando de acordo com  que entende. 
Muitas dessas pérolas do cancioneiro infantil eu cantava quando era criança, isso há mais de 55 anos atrás, e nem sofreram tantas mudanças assim.
Vamos conhecer essas maravilhas?




  A mão direita tem uma roseira, 
  a mão direita tem uma roseira
 que dá flor na primavera
 que dá flor na primavera.

Entrai na roda, ó linda roseira,
entrai na roda ó linda roseira,
abraçai a mais faceira,
abraçai a mais faceira.





Na gangorra. subo e desço,
 e vejo bem  longe assim,
os telhados vermelhinhos
e  gramado do jardim.
                                                  Helena Pinto Vieira







Essa é uma das cantigas mais divertidas e empolgantes já ensinadas. Quem não conhece o Escravo de Jó  com  certeza  não conheceu  o melhor lado da infância.
Essa é uma daquelas brincadeira clássicas em que um grupo de crianças se senta em roda e começa a passar o objeto cantando a canção, com regras.

Escravos de Jó,
jogavam o caxangá,
Tira, bota,
deixa o Zambelê  ficar.
Guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue, zá.
Guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue, zá

Em alguns lugares, a música foi se modificando ganhando várias versões: 
-a palavra Zambelê foi substituída por Zé Pereira ou Cão Guerreiro ou ainda por Vamos à Belém.





Joãozinho, Joãozinho,
 sabes bem alto pular?
Pois, então, pula essa vela, 
pula, pula bem depressa,
que ela pode te queimar!
                                           Maria de Lourdes Figueiredo
UM, DOIS, FEIJÃO COM ARROZ
 Um, dois,
 feijão com arroz...
Três, quatro,
macarrão no prato...
Cinco, seis,
 pulo uma vez...
Sete, oito,
como um biscoito...
Nove, dez,
olho meus pés!


JÁ SEI CONTAR

Um, dois, três, quatro, cinco...
com o coelhinho eu brinco
Sete, oito, nove,dez
Ele pula nos meus pés.
                                         Maria de Lourdes Figueiredo



.
Sobe, sobe, meu balanço!
Vai tão alto que nem sei...
Meu balanço, agora é trono...
Neste momento, eu sou rei!

Sobe, sobe, meu balanço!
  Vai tão alto, pelo ar!
Que pareço uma gaivota...
Voando sobre o mar!  

Sobe, sobe, meu balanço!
Vai mais alto, a balançar...
O meu pé tocou a lua,
E estrelas vejo passar!

Desce, desce, meu balanço!
Balança mais devagar;
Vai parando, vai parando,
agora quero saltar!

                                               William Allingham
                                     Ad. de Maria de |Lourdes Figueiredo




Vai, abóbora, vai melão
Vai melão, vai melancia...
Vai jambo, Sinhá...
Vai jambo, Sinhá...´
Vai jambo, Sinhá, bem doce!


Existem outras versões para essa canção infantil:  


Da abóbora faz melão...
do melão, faz melancia..... 
da abóbora faz melão,
do melão faz melancia...
faz doce, Sinhá,
faz doce...
faz doce, Sinhá Maria!  





Ciranda, cirandinha, 
Vamos todos cirandar,
Vamos dar a meia volta.
Volta e meia vamos dar.

O anel que tu me destes,
era vidro e se quebrou,
O amor que tu me tinhas,
Era pouco e se acabou!


Por isso, menina(?),
entre dentro dessa roda
Diga um verso bem bonito
Diga adeus e vá-se embora!

*Todo  mundo se admira
da macaca fazer renda,
eu já vi uma perua
ser caixeira duma venda!  


*A ciranda tem três filhas
Todas três por batizar
A mais velha delas todas
Ciranda se vai chamar


* Esses trechos da música surgiram muitos anos  depois do surgimento da canção original.


























ESTA BRINCADEIRA TAMBÉM SE CHAMA...

Roda-roda, roda, brincadeira de roda, ciranda

Muitas e muitas vezes me perguntei:  O  que mudou? Porque as crianças não brincam mais como antes? Aonde foi parar aquela pureza, aquela inocência tão infantil? Tudo era  tão diferente, imaginativo....a gente se divertia tanto,com tão pouca coisa. Achávamos graça em tudo e tudo se transformava em diversão. Era tudo com cheirinho de criança feliz!

  Essa rua, essa rua, tem um bosque, 
que  se chama, que se chama solidão;
dentro dele, dentro dele, mora um anjo
que roubou, que roubou meu coração!



-Se roubei, se roubei seu coração, 
É porque tu roubaste o meu também.
Se roubei, se roubei teu coração,
É porque , é porque te quero bem!




Há três noites que eu não durmo, ó Lalá...
Pois perdi o meu galinho,o Lalá...

Pobrezinho, Lalá, coitadinho, Lalá,
Eu o perdi no jardim...

Ele é branco e amarelo, Lalá...
Tem a crista vermelhinha, Lalá...

Bate as asas, Lalá, abre o bico, Lala,
Ele faz qui, ri, qui, qui...



                                                           Ad.de H.P. Vieira


TEREZINHA DE JESUS


Terezinha de Jesus
De uma queda foi ao chão
Acudiram três cavalheiros
Todos três chapéu na mão!

O primeiro foi seu pai,
O segundo, seu irmão
O terceiro foi aquele
Que a Tereza deu a mão!





Terezinha levantou-se,
Levantou-se lá do chão
E, sorrindo, disse ao noivo:
Eu lhe dou meu coração!

Tanta laranja madura
Tanto limão pelo chão
Tanto sangue derramado
Dentro do meu coração.

Da laranja quero um gomo,
Do limão quero um pedaço...
Do menino mais bonito,
Quero um beijo e um abraço!


A MÃO DIREITA TEM UMA

ROSEIRA




A mão direita tem uma roseira( bis)
que dá flor na primavera( bis)
Entrai na roda ó linda roseira ( bis)
Abraçai a mais faceira( bis)
A mais faceira eu não abraço
, A mais faceira eu não abraço,
Abraço a boa companheira,

Abraço a boa companheira!





  SENHORA VIÚVA



Dizei, senhora viúva,
com quem quereis se casar...
Se é com o filho do conde,
Ou se é com o seu General, 
General, General.

Não é nenhum desses homens
Eles não são para mim
Eu sou uma pobre viúva
Triste, coitada de mim, 
Ai de mim,
Ai de mim!



EU  FUI  NO  TORORÓ





Eu fui no Tororó
Beber água e não achei
Achei bela morena
Que no Tororó deixei

Aproveita minha gente
Que uma noite não é nada
Quem não dormir agora
Dormirá de madrugada

Ó Mariazinha,
Ó Mariazinha,
Entrarás na roda
Ficarás sozinha.

Sozinha eu não fico
Nem hei de ficar
Tenho o Joãozinho
Para ser meu par......

Tire tira o seu pezinho
Bota aqui ao pé do meu
E depois não vá dizer
 Que você se arrependeu!





Muitas pessoas perguntam porque algumas letras desse rico mundo musical infantil são tão estranhas, muitas vezes adultas demais,ou sem nenhum sentido.
Essas músicas de roda são muito antigas, passando de geração a geração, sem nenhum cuidado ou preocupação em manter a ordem natural de quando surgiram. São músicas do tempo dos escravos, e muitas delas, oriundas de outros países. Fica,dessa forma, muito difícil conhecer a verdadeira canção de roda!
Mas,isso não importa; na verdade, o mais importante é que, mesmo nos dias atuais, com todo esse avanço tecnológico, as músicas de roda ainda conseguem um lugar cativo no coração das crianças do mundo inteiro!


POBRE DEMARRÉ DECI


Eu sou pobre, pobre, pobre
Demarré, marré  marré.
Eu sou pobre, pobre,pobre
Demarré deci.




Eu sou rica, rica, rica
Demarré, marré, marré.
Eu sou rica, rica, rica
Demarré deci!

SAMBALELÊ



Sambalelê tá doente
Tá com a cabeça quebrada
Sambalelê precisava
Era de uma boa lambada.

Samba, samba, samba ò lelê
Samba, samba, ô lalá   {  BIS}


Pisa,pisa,pisa, ó mulata
Pisa na barra da saia,
ó mulata  { BIS}



A BARATA DIZ QUE TEM

A Barata diz que tem sete saias de filó
É mentira da barata, ela tem é uma só
Ah ra ra, iá ro ró, ela tem é uma só !
A Barata diz que tem um sapato de veludo
É mentira da barata, o pé dela é peludo
Ah ra ra, Iu ru ru, o pé dela é peludo !

A Barata diz que tem uma cama de marfim
É mentira da barata, ela tem é de capim
Ah ra ra, rim rim rim, ela tem é de capim

A Barata diz que tem um anel de formatura
É mentira da barata, ela tem é casca dura
Ah ra ra , iu ru ru, ela tem é casca dura

A Barata diz que tem o cabelo cacheado
É mentira da barata, ela tem coco raspado
Ah ra ra, ia ro ró, ela tem coco raspado




A  BARRAQUINHA




Vem, vem, vem Sinhazinha
Vem, vem para provar
Vem, vem, vem Sinhazinha
Na barraquinha comprar

Pé de moleque queimado
Cana, aipim, batatinha
Ó quanta coisa gostosa
Para você Sinhazinha

A  CARROCINHA





A carrocinha pegou
Três cachorros de uma vez.
Bis :
Tra lá lá
Que gente é esta,
Tra lá lá
Que gente má !
A carrocinha pegou
Três cachorros de uma vez.
Bis :
Tra lá lá
Que gente é esta,
Tra lá lá
Que gente má !


A COBRA E A ROLINHA





A rolinha fez seu ninho,
Para os seus ovos chocar.
Vem a cobra, come os ovos...
A rolinha pos-se a chorar.
Bis :
Cala a boca, minha rola,
Que a cobra eu vou matar;
Os ovos que ela comeu
Ela há de me pagar.


AI, EU ENTREI NA RODA


Refrão - Ai, eu entrei na roda
Ai, eu não sei como se dança
Ai, eu entrei na “rodadança”
Ai, eu não sei dançar

Sete e sete são quatorze, com mais sete, vinte e um
Tenho sete namorados só posso casar com um

Namorei um garotinho do colégio militar

O diabo do garoto, só queria me beijar

Todo mundo se admira da macaca fazer renda

Eu já vi uma perua ser caixeira de uma venda


Lá vai uma, lá vão duas, lá vão três pela terceira

Lá se vai o meu benzinho, no vapor da cachoeira



Essa noite tive um sonho que chupava picolé

Acordei de madrugada, chupando dedo do pé







              BALAIO

Eu queria se balaio, balaio eu queria ser
Pra ficar dependurado, na cintura de “ocê”
Balaio meu bem, balaio sinhá
Balaio do coração
Moça que não tem balaio, sinhá
Bota a costura no chão
Eu mandei fazer balaio, pra guardar meu algodão
Balaio saiu pequeno, não quero balaio não
Balaio meu bem, balaio sinhá
Balaio do coração
Moça que não tem balaio, sinhá
Bota a costura no chão





MEU PINTINHO AMARELINHO




Meu pintinho amarelinho
Cabe aqui na minha mão,
Na minha mão...
Quando quer comer bichinhos
com seus pézinhos 
ele cisca o chão.
Ele bate as asas
ele faz piu-piu
mas tem muito medo
é do gavião....BIS



É uma delicia podermos cantar essas músicas infantis! Elas alegram a vida de todas as crianças, em todo o mundo! E, através delas, as crianças podem aprender muito também. Toda criança precisa desses momentos  culturais unidos ao "momento brincar".


Faz parte de uma grande preparação para o futuro,um equilíbrio para enfrentar os problemas, que, certamente surgirão na fase adulta e que quase nunca poderão ser evitados.
A criança necessita dessa " brincadeira" na infância!




    MÚSICA FOLCLÓRICA DE MOÇAMBIQUE





A música de Moçambique é uma das mais importantes manifestações da cultura deste país. A música tradicional tem características bantu e influência árabe principalmente na zona norte e, como tal, é normalmente criada para acompanhar cerimonias sociais, principalmente na forma de dança.


A música comercial tem raízes na música tradicional, mas muitas vezes usando ritmos e tecnologias importadas de outras culturas. Um dos tipos de música comercial mais conhecidos é a marrabenta, originária do sul do país, que não é apenas música de dança, mas tem frequentemente uma letra com grande conteúdo social.

mbila chope, um instrumento musical tradicional, foi considerado pela Unesco, em2005Patrimonio Imaterial da Humanidade.






Dança Xigubo


É uma dança tradicional moçambicana e que representa a resistência colonial do país sobretudo na região sul. Grandemente  praticada nas regiões interiores de Gaza e Maputo, a dança tem poucos praticantes ao nível das cidades.



Dança Mapiko

É uma dança originária da comunidade makonde, e é sem dúvida, a dança mais conhecida e mais divulgada em toda a província de Cabo Delgado e até mesmo em todo país. A sua difusão foi tão intensa que chegou  a ultrapassar as fronteiras nacionais, tornando-se conhecida em várias partes do mundo.



O mapiko, é uma das principais danças tradicionais makonde, é praticado nos ritos de iniciação e cumpri a função lúgubre, em caso de morte de um membro do grupo ou da comunidade. Pratica-se também em algumas cerimônias de investidura de chefes clânico-linhageiros (vahumu).
O elemento central do mapiko é o lipiko, dançarino principal, este deve estar, necessariamente, envolto em panos e mascarado. A máscara, tanto pode representar figuras de animais (coelho, leão, cão, leopardo, hiena), como também pode representar uma figura humana, que simboliza o espírito de um defunto a ser invocado. Da cintura para cima todo corpo do dançarino fica coberto de guizos.


A dança inicia com o tocar do batuque, likuti, e é acompanhada por um coro formado pela assistência, que se dispõe de modo a formar um corredor por onde deve passar o lipiko. Na extremidade, surge o dançarino que, à grande velocidade, entra no recinto de dança e se atira contra o muro formado pela assistência, que recua assustada. O coro canta e dialoga, através de gestos, com o lipiko.


Dança Lingundumbwe

É uma versão feminina do mapiko, sendo a bailarina principal a mulher. Ela tanto pode ser adulta como adolescente. Aliás, o habitual tem sido uma rapariga adolescente, capaz de executar os movimentos com maior vigorosidade.



Para bailar no terreiro da aldeia, ou em qualquer outro recinto, ela é completamente coberta de panos da cabeça aos pés. Estes panos cruzam o tronco, partindo das espáduas até a cintura. A este nível é colocada uma capulana, localmente designada por inguvo ya magombe. Outras capulanas são dobradas várias vezes e enroladas nos braços e nas pernas da dançarina. Na execução da dança, essas capulanas abanam, acompanhando os movimentos rápidos, para trás e para frente, da jovem dançarina.
Na encenação, a bailarina segura nas mãos um ou dois lenços e um pequeno machado ou enxada. Na falta destes objetos, ela pode pegar na mão uma simples vara. Quando dança, o tronco da bailarina inclina-se ligeriramente para frente, dobrando sobre os rins, com os braços estendidos para os lados e para a frente, levemente curvados. Nessa posição, move-se em pequenos passos, abanando o tronco ao ritmo do batuque.
A dança tem lugar no lipanda, local onde decorrem as cerimônias de iniciação feminina. Todavia, a prática do lingundumbwe tornou-se de tal modo livre que toda a gente pode conhecer a mulher mascarada. Esta dança é a  característica dos ritos femininos, constituindo o principal divertimento das iniciadas, do primeiro ao último dia.
Os instrumentos do lingundumbwe compreendem um batuque principal (ntoji) e dois auxiliares, sendo um ligoma e o outro o likuti.
A orquestra instrumental da dança é assegurada por homens. A presença masculina, á semelhança do que acontece com a maior parte das danças femininas, não só visa garantir o manejo dos instrumentos, como também serve para assegurar a proteção dos instrumentos, como também serve para assegurar a proteção dos respectivos agrupamentos, sobretudo em caso de deslocações.

A dança Tahura



Considerada muito antiga pelos habitantes de Nanhupu, em Montepuez. Em língua makhuwa, tahura quer dizer “batuque grande”.

Participam na dança homens e mulheres adultos, que usam um pano preto cingido em forma de saia, uma camisola interior, um lenço branco e um cinto. Nas pernas, os dançarinos amarram chocalhos que, com o bater dos pés no chão, produzem um som. Dispõem-se em círculo, empunhando objetos como machadinhos, enxadas ou paus. Esta dança é praticada à noite, em cerimoniais fúnebres, ritos de iniciação e no período de colheitas.







Para assinalar este período, o chefe da aldeia organiza a recolhe de produtos para a confecção de otheka, um tipo de cerveja de fabrico caseiro. Bebe-se e dança-se toda noite, como forma de expressar alegria pelas colheitas conseguidas. Esta é também uma forma de manifestar agradecimento aos espíritos por terem proporcionado boas colheitas.

Os instrumentos são compostos por quatro tios de batuques: um tahura grande, um likuti, um nikoni e um ntxuntxu. As canções retratam, essencialmente, o dia-a-dia da vida social e economica da comunidade.



Dança Tamadune




É uma dança feminina. Os homens apenas participam como instrumentistas. A esta dança foi atribuído o nome de tamadune em honra de uma mulher makhonde, co-fundadora do grupo cultural, que era assim chamada.




É praticada por ocasião da recepção dos recém-iniciados, rapazes ou raparigas, e também em dias festivos. Não possui nenhum traje específico e, para a sua execução, as dançarinas formam um círculo, destacando-se duas a duas para o meio da roda.

Usa-se, como instrumentos, seis batuques: um ntodje, três makuti e dois três magoma. As canções entoadas evocam alguns acontecimentos importantes da comunidade e factos ligados à Luta de Libertação Nacional, como é o caso do Massacre de Mueda.



Dança Nhau


A Dança Nhau foi certificada pela Organização das Nações Unida para Educação Ciência e Cultura (UNESCO) em Novembro de 2005, como .uma obra-prima do patrimônio oral e intangível da humanidade. 


A dança Nhau, constitui a cultura dos habitantes da província de Tete, que exige bastante agilidade do seu dançarino, duma máscara de madeira e a dança tabu de ritos de iniciação.Como tradição dos habitantes desta província, usam certos símbolos de seus hábitos e costumes, como símbolos de maniqueira, que representam matéria prima para fazer sumo, doces, bebidas alcoólicas e alimentação , e o de cabrito que representa fonte de riqueza. Como uma indumentária deste povo, para mulheres ” chithero”, capulana com blusa “bhaju” mesmo tecido e os homens ” ngonda” tecido branco denominado “tchiria” para os adultos. Os mitos, Deus da chuva considerado “nsato”.
Relato de um espectador: “O nhau estava forte. A princípio chegara um homem alto, tão alto que tocava com a cabeça as últimas folhas dos eucaliptos. Por detrás dele vinha uma jibóia. A seguir veio um contingente de dançarinos. Todos traziam máscaras medonhas, de animais e aves. Estavam nus. Os seus corpos eram pintados de um branco forte que lembrava a cal. Empunhavam azagaias, chuços, catanas, machados. Alguns tinham os flancos cobertos com pequenas esteiras de bambu, à primeira vista, poder-se-ia julgar que tinham os movimentos presos. Mas a agilidade é a condição primária do nhau”.
Alguém do passado descreveu como era a antiga dança nhau na região do Zóbuè, em Tete. Dança tabu, sobretudo o nhau chipeta, esta dança era também uma iniciação que exigia sacrifício, virilidade e heroísmo.
Hoje é mais o nhau macanga que se dança com algumas misturas do outro, sem deixar de ser espectacular. Nesta máscara algo medonha perpetua-se um rito, que uma cultura antiga esculpiu de enigmas.



Dança Maulide




Uma dança em vias de desaparecer. É uma demonstração da  fé apresentada só por homens que dançam e cantam e com uma espécie de alfinete, navalhas, pregos grandes de aço ou ferro, espetos de ferro ou outros instrumentos afiados que se dá o nome de  ”tupachi”, que penetram no corpo, perfurando a carne e que tem como admiração do público esses dançarinos não  sangram nem os corpos ficam com marcas das perfurações.






 Segundo a informação que obtivemos, para se preparar o corpo do dançarino para este ritual, eles ficam no mínimo 15 dias sem actividade sexual e sem comer polvo nem peixe.  Esta dança era antigamente muito praticada nos casamentos islâmicos.  Esta  dança ainda pode ser encontrada na ilha de Moçambique, Angóche e Pemba.


Fonte: http://www.mozmaniacos.com/2012/07/dancas-tradicionais-de-mocambique-dancas-mocambicanas.html#ixzz2oU9Z5qlZ


Muitas são as danças tradicionais moçambiquenhas. Vamos conhecer mais um pouquinho?


DANÇA  TUFO (Província de Nampula e Cabo Delgado)




Esta dança é introduzida em Moçambique atravéz do Sultanato de Angoche que usava as ilhas do arquipélago de Angoche, específicamente a ilha CATAMOIO como sua fortaleza, com o objetivo  de fazer o comercio de especiarias e de escravos (o povo Koti e o povo Macua).


Essas populações eram transportadas para essas ilhas adjacentes e depois vendidas a outros comerciantes. Muitos ficavam nas ilhas onde eram inseridos nas tropas Arabes e outros serviam de empregados,etc...Com a vivencia entre culturas deu-se a fusão cultural entre Arabes e Kotis e Povo Macua),nascendo daí a dança Tufo, originaria do nome Ad-duff (Arabe), Adufo(português)que significa instrumentos musicais de percursão.


 Com o passar do tempo e com as grandes guerras existentes entre os invasores portugueses e os comerciantes Árabes , o povo abreviou o nome e em Makwa ficou o nome definitivo de Tufo.Esta dança foi-se introduzindo para a ilha de Moçambique e espalhando-se por toda a  Costa Norte de Moçambique. Esta dança que é  praticada apenas por mulheres rigorosamente escolhidas, bem trajadas com trajes muito coloridos e enfeitadas com cordões,anéis e pulseiras de ouro, com o rosto coberto por MUSSIRO (massa branca e espessa, resultante do friccionamento do caule perfumado da arvore Muciro e uma pedra),entoando cânticos melodiosos baseada na linha musical oriunda da Arábia, nas quais  as letras retratam toda a sua história,  o dia a dia do povo, além de todas as belezas locais. Esta dança é  acompanhada por vários percursionistas na maioria homens e em alguns casos as mulheres, que tocam tambores circulares e esguios de varios tamanhos (batuque Duassi,Phusta,Kadjisa e Khapura) feitos de madeira e cobertos de pele de animal que produzem uma sonoridade agradável ao ouvido.


 Em alguns casos é usado o tambor pandeiro  produzindo uma conjunto de ritmos, fundindo-se entre a sonoridade árabe e a sonoridade do Povo Bantu, resultando desta forma num ritmo único a que se deu também o nome de TUFO.




As experiências que o povo vai juntando a longo do tempo enriquecem seu costumes, o seu trabalho e a sua imaginação. Surge então uma forma de dizer e sentir as coisas, muito rica e bonita, que os livros não ensinam e que se só aprende na vida. Tudo isso faz parte do que se chama cultura de um povo.

A cultura do povo brasileiro se formou com a contribuição de diversos povos: do índio, do  português, do negro, do imigrante de muitos países, Tudo isso deu às nossas festas populares um sabor próprio, em que se misturam as histórias mais diferentes e os costumes de muitos povos. As festas e tradições mais importantes atraem pessoas de vários lugares do Brasil e do mundo.



Voltando a falar sobre os costumes folclóricos do Brasil, vamos dar uma pincelada em uma das festas mais populares da Região Nordeste, conhecida como



                           BUMBA-MEU-BOI





É um folguedo  brasileiro, talvez o de maior significação estética e social no país.
É uma auto ou drama pastoril ligado à forma de teatro hierático das festas de Natal, depois também aproveitado no Carnaval.


Teve origem no Nordeste e foi, em seguida, absorvido em outros lugares,onde recebe denominações diversificadas, tais como:
-boi, boi -bumbá, boi- calamba, boi-calumba, boi-de-mamãe, boi-de-melão, boi-de-reis, boi-melão, boi-pintadinho, boi-surubim, boizinho, bumba-boi, cavalo-marinho, rei-de-boi, reis-de-boi, reisado-cearense.



Essencialmente brasileiro, seu motivo é a vida, a morte e a ressurreição do boi. O espetáculo desenvolve-se numa arena, cm o público em volta, numa roda abrindo e fechando em torno dos intérpretes. Chega a durar até oito horas.
As loas e as toadas são acompanhadas por orquestra em que entram zabumba,ganzá e pandeiro.


Os personagens do folguedo classificam-se em humanos, animais e fantásticos. Podem intervir outros personagens,quase sempre explorando temas ligados a determinadas regiões. Os tipos humanos são:
- Capitão Boca Mole, Mateus, Bastião, Arlequim, Engenheiro, Padre e Pastorinha, entre outros.
Entre os animais estão:
-Ema, a Burrinha, a Cobra, o Pinica-Pau e o Boi.
Entre os fantásticos estão:
- Caipora, o Diabo, o Babau, o Morto-Carregando-o-Vivo, o Jaraguá.



O Boi é representado por armação com cabeça verdadeira ou modelada. O corpo é revestido de chitão estampado ou veludo com pedrarias ou bordados, segundo os recursos financeiros.



Fonte: LAROUSSE


              C A R I M B Ó



É uma dança bem brasileira. Tem sua força na Ilha de Marajó, Região Norte do Brasil.É um samba de roda, com violas e instrumentos de percussão.
Já no Estado do Maranhão, também Região Norte do país, é uma dança solista, sem canto, apenas acompanhada de um urucungo.
E o que vem a ser um urucungo?
 Instrumento musical de origem africana, constituído por um arco que retesa um fio de arame, tendo como caixa de ressonância uma cabaça com abertura circular; recebe também o nome de berimbau-de-barriga ou simplesmente berimbau, e, no Pará, marimba.

Na verdade, o Carimbó é um tambor de origem africana, feito de um tronco  internamente escavado; a uma de suas aberturas coloca-se um couro retesado, que o tocador, sentado no tronco, percute com as mãos.

Falando um pouquinho mais sobre o Carimbó, mesmo com todo sucesso da atual música paraense no cenário nacional e internacional como é o caso do tecnobrega, não há como negar que a maior referência musical do Pará é ainda o carimbo, cuja palavra é de origem indígena, Tupinambá, sendo o nome tirado do Tupi-Guarani “Curimbó”, de curi (pau ôco) e m'bó (escavado). A junção desses sons dá origem à “pau que produz som”.


 Muito antes de ser apenas um ritmo paraense, é uma das mais expressivas manifestações culturais do estado. O segredo talvez esteja na tradição: desde que foi criado pelos índios mundurucus, o carimbó já recebeu influência dos brancos portugueses e dos negros africanos.


A dança quase sempre segue o mesmo ritual: forma-se uma fileira de homens e outra de mulheres, um de frente pro outro. Com o início da música os homens vão em direção às mulheres e batem palmas chamando para a dança. Formam-se, então os pares que giram continuamente em torno de si mesmos e faz-se a roda. A partir daí há várias formas da dança que foram incorporadas ao ritmo ao longo de séculos de história. Apreciar o carimbo, um mix de sedução e expressão cultural, é sempre contagiante.




O carimbó é uma manifestação tão importante que já é reconhecida por lei. Em 03 de dezembro de 2009 uma lei estadual declarou a dança do carimbó como patrimônio histórico e artístico do Pará. Além disso, já há uma mobilização desde 2006 de grupos de carimbó e entidades culturais de vários municípios para tornar esta manifestação paraense patrimônio cultural imaterial do Brasil.


Atualmente um importante representante desta manifestação no Pará é o município de Marapanim, localizado no polo turístico Amazônia Atlântica. Distante 170 km da capital Belém, Marapanim carrega orgulhosamente o importante título de capital mundial do carimbó, Foi nesta região que, trazidos por pescadores marajoaras, que o ritmo se solidificou e ganhou o nome que tem hoje. É neste município, ainda, que ocorre o mais importante festival dedicado ao ritmo: o Festival do carimbó de Marapanim - o Canto Mágico da Amazônia, que acontece anualmente desde 2004, atraindo cerca de 30 mil visitantes. O evento inclui, entre outras atrações, os concursos de música nas mais variadas vertentes do carimbó, mostras coreográficas, festival gastronômico e o Concurso da mais Bela Sereia do Festival.

             Larousse
             Lello Universal





É engraçado como as coisas acontecem quando somos crianças e como marcam a nossa infância. Quando acontecia essa Folia de Reis em Nova Friburgo(RJ),geralmente eu estava na casa de meus avós. Eu sentia um medo enorme dos mascarados que visitavam ,naquela noite, inúmeras casas ,numa festa só. Nessa época eu tinha apenas 4 anos de idade e sentia tanto pavor do Reisado que corria para me esconder dentro do galinheiro.Meu avô sempre me socorria nessas horas, rindo muito. Acho que eu não conseguia entender tanto barulho, músicas estranhas para mim.....

                      REISADO


O Reisado é uma festa popular de várias regiões brasileiras, ocorrendo na época do Natal até o dia o6 de janeiro, quando se comemora Dia de Reis.
As pessoas do lugar vestem roupas coloridas, capas de cetim cobertas de vidrilhos, espelhos e muitos enfeites.Eles representam muitas personagens com o Rei, a Rainha, o Mestre, o Contramestre, os Palhaços, os Secretários, o Matheus, etc.
Eles percorrem as casas buscando acolhida, e, se isso acontece, entram, cantam e dançam. 
Os nomes das danças variam muito de lugar para lugar, tais como:
-vai-não-vai
-currupio
- gingado
-sapateado
-pisa-mansinho.
Os passos de dança são mais ou menos livres, que cada um pode dançar como quiser. de acordo com  seu jeito e sua criação.
Não são usados muitos instrumentos. Os principais são a sanfona, os adufes, que são pandeiros quadrados e a caixa de guerra ou zabumba, que é um tambor grande.
Ao chegar a uma casa, cantam o pedido de licença para entrar, fazem louvações aos donos da casa e, no fim, agradecem os presentes oferecidos, despedem-se e se retiram. Esses donativos são guardados para a realização de uma grande festa dos Reis Magos, no dia 06 de janeiro.



     EMBOLADAS E  CANTORIAS




Uma das maires atrações das feiras do Nordeste é o encontro de dois emboladores. Cada um deles tem um instrumento, geralmente um pandeiro ou ganzá (instrumento de lata cheio de caroços ou chumbo).




Eles fazem um verdadeiro desafio com suas rimas rápidas e improvisadas. Depois estendem o pandeiro ou chapéu para as pessoas reunidas pedindo dinheiro. Se s espectadores não dão ou dão pouco dinheiro, são criticados com novos versos engraçados.
A poesia popular improvisada também aparece na cantoria.Dois cantores são chamados para alegrar uma festa e são capazes de ficar tocando viola e cantando uma noite inteira.




Os cantadores de coco estão cada vez mais escassos, enquanto os repentistas seguem se destacando no País

A arte genuinamente nordestina dos emboladores de coco e violeiros repentistas apresenta traços comuns de improvisação e criação de versos nas mesmas modalidades, mas há diferenças básicas de instrumento, técnica e estilo. Além disso, a cantoria de viola está mais profissionalizada para enfrentar o mercado cultural contemporâneo, enquanto que os emboladores têm dificuldades e estão cada vez mais escassos, e com reduzida renovação.
As duas manifestações artísticas populares caminham em sentido opostos. Os violeiros estão em expansão com uma geração nova presente nas cantorias. Os emboladores praticamente estão desaparecendo do cenário cultural no Ceará e em outros Estados nordestinos, como Paraíba e Pernambuco, tradicionais centros de cantadores de coco. "A embolada não vai se acabar, mas está perdendo o vigor", analisa o professor e pesquisador cultural, Gilmar de Carvalho. "Os violeiros estão organizados, com melhor estrutura de som e de apresentação, promovem festivais e se deram bem no show biz".





Os violeiros se apresentam com parceiros variados, enquanto que os emboladores costumam formar dupla fixa. Essa outra característica dificulta a renovação. Enquanto um dos parceiros desiste da profissão, o outro praticamente fica sem espaço. Até o início da década de 1990, em Fortaleza, havia alguns emboladores que se apresentavam diariamente na Praça José de Alencar, dentre eles: Passarinho, Zé Calixto, Lavandeira, Antonio de Oliveira, Marreco e Zizi Gavião (falecido). Desse grupo, só Marreco praticamente está em atividade e costuma se apresentar com um filho. O repentista e apresentador de programa de viola na TV Diário, Geraldo Amâncio, disse que é uma raridade a localização de emboladores. "Sempre abri espaço, mas os cantadores de coco estão cada vez mais escassos", frisou. "No meu modo de ver é uma atividade que está caminhando para o fim".
Geraldo Amâncio observa que os jovens não se mostram interessados porque é uma atividade artística árdua e a rentabilidade é baixa. "Os emboladores sempre enfrentaram muitas dificuldades, fazem apresentação expostas em praça, na feira e ganham menos do que os violeiros", frisou. "Falta incentivo e políticas públicas de apoio à atividade", disse.

Em Russas, Beija Flor e Vem Vem resistem na arte da cantoria de coco há quase 50 anos. Hoje são evangélicos e se dedicam às apresentações em concentrações e encontros religiosos, embora ainda participem de promoções culturais. A dupla tem uma história de sucesso, com participação em mais de 100 festivais e eventos diversos pelo Brasil. José Arimateia de Araújo (Beija Flor) acredita na continuação da cantoria do coco. "Aparecem os substitutos dos velhos emboladores e alguns estão surgindo pelo Interior. Ser embolador não se faz, é um dom que vem de Deus".

Os irmãos Josivan, Joseirton e Jarismar de Freitas Araújo, conhecidos artisticamente por Jota, Jotinha e Jotão, que fazem sucesso atualmente, tiveram que sair do Ceará e conquistar mercado em outros Estados. "Estamos preocupados porque não há renovação", disse Jotinha. "Até mesmo em Pernambuco só há duas duplas em atividade e os emboladores também abandonaram a praça, um espaço tradicional de apresentação".





A diferença instrumental entre as duas artes populares é evidente. Os emboladores de coco usam o pandeiro, enquanto que os repentistas tocam a viola de sete cordas. Outro traço marcante que difere o embolador do violeiro são as rimas. Na embolada são livres e sonoras, mas na cantoria exige-se construção métrica rigorosa e igualdade nas sílabas.

Os emboladores têm mais liberdade e rimam palavras de sons semelhantes como "ceará e cantar", "aparecer e você" ou até mesmo "mãe com banho". "Não há critério de julgamento de métrica, rima e assunto para os emboladores", ensina o violeiro e repentista, Jonas Bezerra. Outra diferença básica refere-se ao ritmo do cantar que é muito acelerado na embolada. "Isso exige uma técnica específica, embora os emboladores tenham assuntos pré-determinados", explica. "A maioria das apresentações é de trabalho, composições antecipadas".

Geralmente, os emboladores se apresentam em dupla fixa e as músicas ou temas são decorados e apresentados nos shows. Há um repertório que é mantido. Já os repentistas abordam temas diferenciados e se apresentam com parceiros alternados. 



Outra característica que difere a embolada do repente é o uso de temáticas contrárias, antíteses. Por exemplo: o rico e o pobre, a mulher feia e a bonita, o inferno e o paraíso, o solteiro e o casado, em que cada embolador defende um personagem. Há também uma diferença peculiar. Os emboladores usam sátiras, humor na elaboração das composições como artifício de atração e conquista do público, com uso de palavras de duplo sentido ou mesmo de baixo calão. "Há um juízo moral que avalia os cantadores como se fosse uma manifestação desvalorizada", observa Gilmar de Carvalho. "Eles têm um desempenho muito ágil, cantam em velocidade que a gente acha que vão perder o fôlego".

O fato dos emboladores terem liberdade na construção das rimas e de comumente se apresentarem em locais abertos, praças, por exemplo, contribuiu ao longo da história para que não fossem valorizados entre os cantadores de viola. "No passado, a discriminação era mais forte", admite o embolador Jotão. "Hoje já mudou bastante e somos convidados a participar como atração especial em festivais de violeiros".

O embolador Jotinha atribui certa dose de inveja por parte dos repentistas. "Os emboladores sacodem e animam o público e o nosso objetivo é levar alegria e humor para divertir as pessoas", afirma. "Tanto a cantoria, quanto a embolada hoje tem mais informação e estão em um nível mais elevado", diz.
Unir a rapidez dos versos improvisados da embolada com humor tem sido a fórmula de sucesso dos irmãos, Jota, Jotinha e Jotão. O trio nasceu no Sítio Miguel Pereira, zona rural da cidade de Russas, no Vale do Jaguaribe, um berço de artistas populares no Ceará, e hoje é atração de público nos Estados do Norte e Nordeste. Em algumas regiões são conhecidos por humoristas, mas mantêm a tradição e o estilo próprio dos emboladores, cantam músicas próprias, fazem versos e desafios no ritmo frenético do pandeiro.



Além da arte de improvisar versos, os três criaram há cinco anos uma banda Forró Garantido. Nos últimos meses, Josivan de Freitas Araújo (Jota) tem se dedicado mais à apresentação dos shows musicais, no ritmo do xote e do baião, enquanto que os irmãos Joseirton (Jotinha) e Jarismar (Jotão) continuam com shows de embolada. O destino do trio é viajar pelas estradas do sertão, participando de eventos culturais, animando festas nas cidades e nos sítios ou 
simplesmente fazendo apresentação em praça pública.


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                 C A R N A V A L


Na Idade Média, período de festividades profanas populares, que começavam no Dia de Reis (Epifânia) e terminava na Quarta feira de Cinzas, tempo em que iniciava a abstinência da carne.
O carnaval reveste-se de características próprias segundo o lugar em que ocorre. Distinguem-se, entre si, os carnavais de Nice, Veneza, Roma, Itália, Florença, Nova Orleans e Brasil.
No Rio de Janeiro, hoje, o evento mais importante do carnaval são os bailes de salão e os desfiles das Escolas de Samba.Em Salvador, na Bahia, predomina o carnaval de rua, ao som de trios elétricos, e ao som e ritmo dos blocos afro-brasileiros de afoxés. Em Pernambuco, sobretudo em Olinda e no Recife, o que domina são os blocos de frevo e maracatu.
Considera-se o carnaval uma reminiscência das festas dionísicas da Grécia antiga, das bacanais, saturnais e lupercais romanas, todas de caráter orgástico. São apontadas também ligações com as festas dos doidos e das danças macabras medievais, sendo provavelmente que  todas essas formas de divertimento tenham se transformado, tempos afora, nos bailes de máscaras do Renascimento e nos carnavais dos tempos modernos.
O carnaval foi introduzido no Brasil pelos portugueses, provavelmente no séc. XVII, com o nome de entrudo. Essa forma de brincar, que persistiu durante a Colônia e a Monarquia, consistia num folguedo alegre mas violento. As pessoas atiravam, umas nas outras, água com bisnagas ou limões de cera e depois, pó, cal e tudo o que tivessem às mãos. Combatido como jogo selvagem, o entrudo prevaleceu até aparecerem objetos com menos agressividade, como o confete, a serpentina e o lança-perfume. Daí em diante, através dos tempos, o carnaval no Rio de Janeiro foi inovando.
Em 1840 realizou-se o primeiro baile. Em 1846 surgiu o Zé Pretinho, grupo de foliões de rua com bombos e tambores. Vieram depois os cordões, as sociedades carnavalescas, blocos e ranchos.
O corso, hoje desaparecido, consistia num desfile de carros pelas ruas da cidade, todos de capota arriada, com foliões fantasiados atirando confetes e serpentinas, uns nos outros.
Em 1929, com a fundação da primeira Escola de Samba ( Deixa Falar), no bairro carioca do Estácio, o carnaval passou a ter como ponto alto o desfile dessas entidades. Até o fim do séc. XIX, os foliões dançavam e cantavam nas ruas quadrinhas anônimas, ao ritmo de percussão e ao som de bandas.
Foi a partir de Abre-alas ( 1899), da maestrina Chiquinha Gonzaga, que a folia passou a ser animada por composições especialmente elaboradas para ela: são as marcha-rancho, o samba, a marchinha, a batucada e o samba-enredo, no Rio de Janeiro; o frevo, de rua ou de salão, característico do carnaval pernambucano.







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                         Ênio de Freitas Castro

Compositor,musicólogo e professor brasileiro brasileiro (Montenegro, RS, 1911- Porto Alegre, RS, 1975).
Fundador e diretor da Associação Rio-Grandense de Música ( 1937), superintendente de educação artística e diretor da divisão de Cultura da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul, foi o responsável pela criação da Discoteca Pública e do Instituto de Tradição e Folclore.
Publicou vários estudos; escreveu música orquestral ( Sinfonia; Suíte), música de Câmara (Quarteto de cordas) e música vocal.
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     DANÇA DE SANTA-CRUZ

Dança religiosa popular, típica do estado de São Paulo, que se pratica em zonas rurais próximas à capital, na festa popular em homenagem à Santa Cruz.
A manifestação pode ser dividida em duas etapas, a reza da Santa Cruz e a dança-da-Santa-Cruz.
Na primeira etapa os devotos, ajoelhados diante do cruzeiro em frente à matriz, rezam e cantam versos em louvor à Santa Cruz. Por volta da meia noite, inicia-se a dança religiosa, que vai da porta da igreja em direção ao cruzeiro.
A dança-da-Santa-Cruz desenvolve-se em formação de roda, orientando-se em direção contrária ao movimento dos ponteiros do relógio. Os participantes batem compassadamente os pés e as mãos, enquanto se movimentam com o corpo. Cada fase da dança é precedida de cantos com textos religiosos. Os instrumentistas são dois violeiros e mais dois cantores adjuntos, chamados de tipe e contrato. Os violeiros são chamados de mestre e contramestre. A melodia, cantada em compasso binário, é iniciada pelo mestre, numa espécie de invocação a que se unem, no final, os outros cantadores. Os instrumentistas não participam da dança, que se prolonga geralmente até o amanhecer.



Outra descrição:
A dança-da-santa-cruz é uma cerimônia coreográfico-religiosa que tem lugar durante a festa da Santa Cruz, celebrada nos dias 2 e 3 de maio e, ao que parece, existente apenas no Estado de São Paulo.
Aparenta-se parcialmente ao costume português em que um grupo de indivíduos, partindo de uma igreja, vai entoar cantigas religiosas diante de cada casa do lugar. Pela localização geográfica e coreografia, a dança parece representar a permanência de costumes vindos do primeiro século da colonização e nascidos da catequese jesuítica. Tem semelhanças com o cateretê, em suas características básicas, e comumente termina pelo cururu.
Nas primeiras casas onde dançam há uma completa desorganização porque há muita gente dançando. Mais tarde, pela madrugada afora, atrás dos cantadores, colocam-se os dançantes em coluna por dois. Os dois ceroferários são os primeiros a chegar; reverentes com suas tochas bruxuleantes postam-se sob a cruz de uma casa. Seus donos aparecem nas janelas ou porta. Atrás dos violeiros, chegam os dançadores. Os violeiros defrontam a cruz e começam o canto (...), (apoiando) o mento na viola, dedilhando-a na posição ‘religiosa’. Batem os pés, e os demais dançantes também o fazem. Cada dístico improvisado pelo ‘mestre’ é entremeado de pateios. Cantam três dísticos e ao finalizar uma série deles dão três voltas, todos batendo os pés, com exceção apenas dos violeiros. Depois de rodar três vezes, param novamente, ficando os violeiros a defrontar a cruz, enquanto os demais dançantes formam um semicírculo; outras vezes, alinham-se em duas longas filas, que têm à testa os violeiros. O número de rodadas varia (...).
Quando vão cantar para a última rodada, para finalizar, os violeiros aproximam-se da cruz, fazem uma  mesura, inclinando a cabeça, dão depois passos à retaguarda; novamente avançam, repetindo três vezes esse gesto que chamam de ‘beijamento’. Ao finalizar o terceiro beijamento a sua cantoria também termina numa oitava acima, com um oh! agudíssimo, em falsete. É uma fermata prolongadíssima, que nos faz lembrar um grito indígena. Terminou a dança. Quando vão se retirando, dão um estentórico ‘Viva a Santa Cruis!’ e um rojão espoca no ar.”




HISTÓRIA

Quando os jesuítas fundaram São Paulo em torno da promissora Piratininga, como bastiões da conquista do planalto, outras povoações coevas apareceram. Formavam sem dúvida um cinturão jesuítico defensivo e de penetração, mui além das roças de Jeribatiba, as povoações de Itaquaquecetuba, Carapicuíba, Itapecerica, M'boy. Era amplo esse cinturão jesuítico, pois Nóbrega, solicitado pelos nativos, penetrou quarenta léguas de Piratininga e formou uma pequena redução ao redor de uma capela na aldeia dos carijós, na Japuíba ou Maniçoba. Ingente foi o esforço dos jesuítas fixando os indígenas nas aldeias, pois o trabalho mais árduo foi sem dúvida tirá-los do nomadismo.

A história nos conta que Itaquaquecetuba é proveniente de um aldeamento de índios guaianá oriundos dos então nascentes vilarejos de Carapicuíba e Guarapiranga, e que de lá saíram, espontaneamente ou brigados, ali pelo primeiro quartel do século XVII. Afirma Teodoro Sampaio que os guaianá são guarani, e citando o dicionário de Montoya, diz que guaianá significa — manso, pacato, bonacheirão... Num aldeamento haviam elementos de diversas tribos, portanto heterogêneos eram os costumes, mas havia um traço de união, aplainando — o cristianismo que trazia em seu bojo o folclore católico romano — dirimidor de atristos. É óbvio que a índole pacata do catequizando muito ajudou... e sabe-se lá se os dóceis e religiosos dançadores de hoje não são descendentes de Tibiriçá, Catubi?

Itaquaquecetuba nesses três séculos e pouco de existência quase não alterou em nada sua tradição, de seu folclore inventado pelo missionário, artificial mas que substituiu. De fato, o isolamento geográfico, a falta de estradas, a inexistência de contatos culturais são fatores dos mais vigorosos para preservar a tradição. Foi, sem dúvida, graças ao isolamento que a dança da santa cruz permaneceu inalterada em Itaquaquecetuba. Traços fortes da etnia ficaram ligados aos cultos, às danças dos seus habitantes. A música mística, que o jesuíta ensinou, não só catequizou como amansou o bugre, porque tinha o dom de encantar. O canto, elemento litúrgico por excelência, fundiu-se com as danças de roda indígenas dando-nos o que hoje temos — a dança da santa cruz.
Outro fator que muito contribuiu para custodiar essa tradição de origem portuguesa-jesuítica foi a ausência quase completa de mistura de raças. Mesmo o negro é raríssimo nessa vila. Na noite de 2 para 3 de maio de 1949, pudemos assinalar poucos negros, e os demais participantes da reza e dança são portadores de traços característicos que traem sua origem ameríndia.

É indubitável a origem ameríndia dos atuais dançantes. Sim, dos dançantes, porque os novos moradores (que a recente estrada e a luz elétrica lá fizeram aportar) — só espiam, não entram na dança, e, antes da meia-noite desaparecem. A partir dessa hora é que se pode apreciar a dança e dançantes dos melhores.

Homens e mulheres tomam parte. Geralmente são pessoas idosas de mais de 40 anos de idade. Estes é que amanhecem na dança, porque os mais moços, que engrossaram a roda de dançantes, satisfeito seu natural desejo de exibicionismo, retiram-se. Aqueles que não residem mais em Itaquaquecetuba, nesse dia voltam para assistir à festa, mas raros são os que vão dançar. Acompanham de perto os dançantes até o dealbar do dia. É uma forma de desobriga para eles; porque marginais se tornaram pelo fato de não mais morar ali, envergonham-se de participar, mas sentem uma quase culpa de não dançar, e para satisfazerem-se a si próprios ficam acompanhando. Uma vez interpelados pelo pesquisador participante, dão a desculpa taxativa: "nós filhos daqui, não podemos deixar de vir, neste dia para a festa, para rever o lugar onde deixamos enterrado o umbigo". Para essas pessoas a tradição é qualquer coisa de embalsamado... mas para aqueles que ainda vivem ali, gente da vila e das circunjacências, humildes camponeses, para estes a dança da santa cruz é o mais sagrado e concorrido festejo religioso da terra. Bem traduz a frase registrada: "quem se preza num há de fartá na festa de santa cruz".
Durante o dia, na casa da festa, há café com farinha ou biscoitos para os que vêm de mais longe. (O folclore brasileiro é por excelência alimentar...) Ao anoitecer, os moradores da vila comparecem à reza na igreja. Findo o ato religioso, o povo vai se aglomerando em torno da santa cruz. Nesse local, primeiramente existia apenas um cruzeiro de madeira, sopesado por toscas lajes de pedras, onde as lágrimas de espermacete das velas escorriam. Depois, a faina modernizadora ou ostentadora, mandou fazer uma espécie de obelisco, tendo ao redor, sete degraus de cimento. Foi o cumprimento de uma promessa dos pais de um expedicionário. Fizeram o monumento, colocaram um retrato do malogrado soldado da democracia. Mas o povo achou que aquilo era uma profanação; ele queria era o velho símbolo de fé — a cruz, a tão querida santa cruz. Às escondidas, ajudados pelas trevas da noite, andaram depredando o obelisco. À vista disso, o atual festeiro, sr. Narciso Cunha Lobo, concordou em retirar o retrato de seu saudoso filho que estava "no lugar sagrado". Embora não tenham ainda reposto o cruzeiro, deixaram os degraus. No mais alto deles, Acendem uma vintena de velas e no imediatamente abaixo, lançam as ofertas... em níqueis de cruzeiros e centavos. No primeiro degrau, contritos e respeitosos ajoelham-se capelão e seu ajudante, que se coloca à sua direita. Atrás destes, ajoelhados em terra, ficam os "repartidores" e mais uns poucos devotos. Uma centena ou pouco mais, de pessoas em pé odeiam o cruzeiro. Vai ter início a reza da santa cruz. 


Segundo estudo feito pela Secretaria de Cultura e Turismo de Carapicuíba, a festa é única no mundo, haja vista a relevância histórica e os elementos culturais que a compõem.

Fontes:
LAROUSSE

http://granjanews.com.br/novo/index.php?q=node/1797

http://dancasfolcloricas.blogspot.com.br/2011/05/danca-da-santa-cruz.html
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             DANÇA- DE- SÃO-GONÇALO



Rito de oferenda religiosa, executado pelos que fazem promessa a São Gonçalo, conhecido sobretudo como santo casamenteiro.
Originária das festas de São Gonçalo de Amarante, em Portugal, no Brasil, as festas de São Gonçalo, com as danças dentro da igreja popularizaram-se em princípios do século XVIII, sobretudo na Bahia, mas foram proibidas pelas autoridades como ofensivas à dignidade religiosa, pois apresentavam visíveis traços de sensualidade. As danças, entretanto, persistiram, embora tenham perdido esse antigo caráter erótico. São encontradas mais em povoados do que em cidades, nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
A coreografia é variável segundo as regiões, mas a dança é fundamentalmente organizada em filas opostas homogêneas ( homens de um lado e mulheres do outro), ou, às vezes, mistas, contando-se, entre os participantes das duas filas, um número aproximado de 12 a 16 dançarinos. À frente dos dançarinos, junto ao altar, estão os músicos, violeiros e rabequistas. O número de 12 dançarinos, nas danças de promessa, refere-se aos 12 apóstolos.

fONTES:
lAROUSSE

http://www.mg.gov.br/governomg/portal/m/governomg/conheca-minas/5941-folclore/5146/5044
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              DANÇAS  FOLCLÓRICAS  


      

Realizadas dentro de casa, nos terreiros ou praças, com diversas funções: homenagear, pedir favores ou agradar as forças espirituais, comemorara datas religiosas, vitórias, caçadas, pescas, etc. Indígenas, africanos e portugueses, três povos bailadores, são responsáveis pelo grande número das danças folclóricas brasileiras, denominadas, por Mário de Andrade, danças dramáticas, e por alguns folcloristas, folguedos e autos. 



Não há um nome genérico de origem popular que englobe todas as modalidades; as denominações mais gerais permitem apenas a divisão de algumas delas em três grupos: bailes pastoris, cheganças e reisados. Embora muitas danças se realizem em datas católicas, em todas se misturam tradições ibéricas, africanas e ameríndias, o que lhes dá um caráter exclusivamente brasileiro:
- dança-dos-velhos.
-dança-dos-pajés.
-dança-dos-quatis.
-dança-do-peixe
-dança-do-tambor
-dança-do-tipiti
-dança-de-cupido
-dança-de-São-Gonçalo
-dança-do-Espontão

Fonte:
LAROUSSE                                                                                                                                                                                                                                                                                            ..........................................................................................................                                                                                                                                                                                                       DANÇA  MACABRA     

Na dança macabra, representava-se o julgamento de pessoas, de  todas as condições sociais, por seus pecados; a morte chamava os condenados a entrar na dança, conduzidos por esqueletos. Essa forma de encenação inspirou diversos pintores como Hans Holbein e compositores como F.Liszt e C. Saint-Saens.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                         



                              o   

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